Corrupção punida

Justiça Federal da Bahia condena os Vedoin por máfia das ambulâncias

Donalson Gomes / A Tarde

  A Justiça Federal da Bahia condenou os empresários mato-grossenses Darci José Vedoin e Luiz Antônio Trevisan Vedoin, proprietários da Planam Comércio e Representações Ltda., e três servidores públicos da Prefeitura de Simões Filho, na região metropolitana de Salvador, Adão Cipriano de Almeida, Tânia Maria Pinto Regis e Miralva Araújo Bastos, por conta de irregularidades numa tomada de preços para a compra de duas ambulâncias em 2005.

  Os empresários estão impedidos de realizar contratos ou receber créditos do poder público durante três anos, além de terem direitos políticos suspensos pelo mesmo período, enquanto os servidores terão de pagar multas correspondentes a três vezes o salário que recebiam na época.

De acordo com o advogado de Brasília Valber Melo, responsável pela defesa dos dois empresários acusados de envolvimento com a chamada “máfia das ambulâncias”, esta é a primeira condenação dos Vedoin. “Eu ainda não fui notificado de nada, então, para mim, não é oficial. Mas se for verdadeira esta informação, é a primeira condenação”, diz.

Segundo Melo, a Planam e os sócios da empresa respondem a mais de 200 ações civis em todo o Brasil, além de um processo criminal por conta de irregularidades em licitações dos veículos de socorro. “Não foram condenados a nada. Pelo contrário, venceram três ações no Mato Grosso e tiveram 10 processos extintos no Tocantins”, destacou o advogado. “Em relação ao processo criminal, a expectativa é que se apliquem os efeitos da delação premiada e que eles recebam o perdão judicial”, diz.

Conforme a procuradora federal Melina Castro Montoya Flores, o Ministério Público Federal na Bahia (MPF-BA) vai recorrer da sentença aplicada aos três servidores por considerar a punição incompatível com o ato que eles teriam praticado. “Se a Justiça der provimento ao nosso pedido, a pena deles será majorada”, avisa ela, que pretende solicitar que os envolvidos percam a função pública, sejam impedidos de firmar contratos com o Estado e tenham os direitos políticos suspensos.

CPI e cassação Além dos cinco condenados, Edson Almeida Filho, ex-prefeito de Simões Filho, e Hilzete Costa de Oliveira, ex-secretária municipal de Saúde, respondem por irregularidades na tomada de preços para compra de equipamentos de saúde.

A reportagem tentou contato com os advogados dos servidores públicos. André Luís Nascimento Cavalcanti informou que estava com um cliente e que retornaria o contato, mas não o fez até o fechamento desta edição. O outro defensor, Joseládio Oliveira de Lima, não foi localizado pelo telefone.

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